Brainrot: quando a internet apodrece o cérebro - Resenha crítica - 12min Originals
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Brainrot: quando a internet apodrece o cérebro - resenha crítica

Brainrot: quando a internet apodrece o cérebro Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
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Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 

Editora: 12min Originals

Resenha crítica

Você já ouviu falar em brainrot? A palavra, que significa literalmente “cérebro apodrecido”, virou gíria nas redes sociais para descrever um fenômeno cada vez mais comum: a sensação de estar com a mente entorpecida depois de passar horas rolando vídeos curtos em plataformas como TikTok, YouTube Shorts e Instagram Reels. A ideia não vem de pesquisas médicas, mas da cultura online: jovens e crianças usam “brainrot” para falar sobre o efeito de conteúdos repetitivos, exagerados e muitas vezes sem sentido, que prendem a atenção por minutos ou horas sem que o usuário perceba.
Mais do que uma piada de internet, o termo traduz uma preocupação crescente sobre como a tecnologia molda o cérebro, o comportamento e até as relações sociais da nova geração. Se antes o medo era a televisão viciando crianças, agora o alerta é sobre feeds infinitos, algoritmos que antecipam desejos e estímulos constantes que reduzem a capacidade de foco. Neste radar, vamos entender como surgiu o conceito de brainrot, por que ele ganhou força entre os jovens, qual o papel das plataformas, como isso impacta a educação e o dia a dia, e o que pode ser feito para lidar com um fenômeno que mistura humor, crítica e alerta.

De onde vem o termo “brainrot”

A expressão “brainrot” começou a circular em comunidades online, principalmente no TikTok e no YouTube, como forma irônica de comentar a saturação de conteúdos. Quando alguém passava horas consumindo vídeos de humor nonsense, gameplays repetitivos ou clipes acelerados de séries e desenhos, dizia que estava “com brainrot”. A palavra rapidamente ganhou força como meme e se espalhou para fóruns e chats, especialmente entre adolescentes. Mais do que descrever uma condição real, o termo virou etiqueta cultural: um jeito divertido e crítico de falar sobre a dificuldade de se desconectar e o impacto do excesso de estímulos digitais. Com o tempo, passou a ser usado não só para o consumo exagerado de vídeos curtos, mas também para qualquer tipo de imersão em conteúdos considerados “sem sentido” — maratonas de reality shows, vídeos de unboxing ou transmissões infinitas de jogos.

A lógica dos vídeos curtos

O crescimento dos vídeos curtos foi o motor do brainrot. Plataformas como TikTok, YouTube Shorts e Instagram Reels criaram um formato perfeito para prender a atenção: clipes de 15 a 60 segundos, carregados de música, cortes rápidos, legendas chamativas e gatilhos visuais. O algoritmo identifica rapidamente o que prende o usuário e oferece mais do mesmo, gerando um ciclo difícil de interromper. Para crianças e adolescentes, esse modelo é ainda mais poderoso: oferece recompensas instantâneas, risadas rápidas e estímulos constantes. O resultado é a sensação de passar “cinco minutinhos” rolando o feed e descobrir que já se foram horas. O brainrot é, em parte, consequência direta desse design, que transforma tempo livre em consumo compulsivo.

Os memes nonsense: crocodile, ballerina e cia.

Uma das marcas mais reconhecíveis do brainrot são os memes nonsense. São vídeos que combinam frases aleatórias, sons distorcidos e imagens sem sentido lógico. Exemplos famosos incluem áudios repetidos como “crocodile, tralala, ballerina” acompanhados de edições frenéticas, personagens animados fora de contexto e músicas infantis aceleradas.

Esse tipo de conteúdo não nasceu do nada. Ele é herdeiro de uma tradição de humor absurdo da internet, que vai de vídeos no YouTube nos anos 2000 até fóruns de shitposting. Mas nos vídeos curtos ganhou nova escala: milhões de visualizações em pouco tempo e participação ativa de crianças, que repetem falas, criam remixes e transformam nonsense em piada coletiva.

A função cultural desses memes é dupla. De um lado, são divertidos justamente por não fazerem sentido — o exagero, a aleatoriedade, o caos visual. De outro, reforçam a ideia de brainrot: o cérebro é inundado de estímulos desconexos, ao ponto de parecer “derreter”. Para jovens, compartilhar esses vídeos é também um ato de pertencimento: quem entende a piada nonsense está dentro da comunidade digital.

Crianças e a infância digital

O público que mais popularizou o termo brainrot são justamente os mais jovens. Crianças e pré-adolescentes usam a expressão para falar do próprio hábito de ficar presos a telas, mas também para brincar com amigos: “você só assiste vídeo de Minecraft, seu cérebro já tá derretido”.  Essa autoironia revela uma consciência parcial do problema, mas não reduz os efeitos. 

As crianças são o público mais vulnerável ao brainrot. Muitos começam a usar smartphones e tablets antes de aprender a ler, consumindo vídeos curtos desde cedo. Esse contato precoce cria uma infância digital marcada por estímulos constantes. O efeito prático é a fragmentação da atenção. Pesquisas apontam que o tempo de tela entre crianças cresceu após a pandemia, e que a exposição prolongada a estímulos rápidos pode gerar mais dificuldade em se engajar em tarefas que exigem foco prolongado, como leitura ou estudo. Professores relatam aumento da impaciência e dificuldade de concentração em sala de aula. Pais observam mudanças no sono, irritabilidade e até na linguagem: expressões nonsense dos vídeos começam a substituir conversas reais.

Para responsáveis e educadores, o desafio é entender que o brainrot não é apenas gíria, mas um sintoma de como a atenção das crianças está sendo disputada a cada segundo.

O papel dos algoritmos

Nenhum brainrot existiria sem os algoritmos que sustentam as plataformas. São eles que analisam cada segundo de interação, identificam preferências e servem conteúdos ajustados ao gosto do usuário. O feed infinito é projetado para maximizar o tempo de permanência, criando um fluxo ininterrupto de estímulos. Esse design captura a lógica do vício: recompensas rápidas, reforços constantes e zero esforço para consumir. Quando jovens dizem estar com brainrot, estão descrevendo exatamente esse mecanismo — a perda da noção do tempo e a sensação de não conseguir parar. A crítica implícita é que, embora as plataformas apresentem seus produtos como entretenimento inofensivo, existe um cálculo sofisticado por trás, desenhado para prolongar o uso.

Guia prático: convivendo com crianças e intervindo

Para quem convive com crianças e adolescentes, o brainrot exige atenção. Alguns riscos são claros: dificuldade de concentração, sono irregular, mudanças de humor e linguagem marcada por nonsense. Mas a solução não é proibir telas de forma radical. O mais eficaz é equilibrar.

Algumas estratégias:

  • Estabelecer limites claros de tempo de tela, com regras consistentes.
  • Acompanhar o que as crianças consomem, em vez de apenas restringir. Perguntar sobre os memes, rir junto, transformar em conversa.
  • Oferecer alternativas offline, como esportes, leitura e brincadeiras presenciais, que ensinam paciência e foco prolongado.
  • Educar sobre algoritmos, explicando que os vídeos são feitos para prender a atenção.
  • Dar o exemplo, reduzindo o uso compulsivo das telas pelos próprios adultos.
  • O brainrot pode ser porta de entrada para diálogos francos sobre cultura digital. Em vez de negar o fenômeno, é mais produtivo reconhecer o humor e, a partir dele, construir consciência crítica.

Notas finais

O termo brainrot nasceu como piada, mas virou símbolo de uma geração imersa em estímulos digitais. Ao descrever a mente “apodrecida” por vídeos curtos, jovens traduzem em humor e exagero uma sensação real de saturação. Esse fenômeno conecta entretenimento, tecnologia e saúde mental em um só pacote. Para uns, é apenas meme; para outros, um alerta de como os algoritmos capturam atenção desde cedo. O que parece certo é que o brainrot não vai desaparecer tão cedo: ele é parte da linguagem de uma infância e adolescência moldadas pelo TikTok, pelos Reels e pelos Shorts. Resta entender se a sociedade vai rir do termo como moda passageira ou se vai enxergá-lo como retrato de mudanças profundas no cérebro e no comportamento das próximas gerações.

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